A frase, que ecoa entre moradores e visitantes, resume a problemática da principal avenida do centro de Breves, a Presidente Getúlio Vargas. Porta de entrada para a maior cidade do Arquipélago do Marajó e via de acesso crucial ao Rio Parauá, a avenida se tornou um ponto crítico para a mobilidade urbana, acumulando queixas e relatos de perigo.

Para quem chega ou sai de Breves, a Avenida Presidente Getúlio Vargas deveria ser um cartão postal, com sua localização privilegiada na orla da cidade. No entanto, a realidade é bem diferente. O trânsito desordenado transformou a via em um desafio diário para pedestres, motoristas e motociclistas.

Dona Maria de Fátima, 54 anos, moradora do distante Distrito de Antônio Lemos, na zona rural, personifica o drama de muitos usuários. Vindo a Breves duas vezes por mês, a ribeirinha relata com pesar: “Eu venho em Breves duas vezes no mês, já fui atropelada uma vez e parentes meus já foram batidos aqui na beirada”. O depoimento de Dona Maria expõe a insegurança constante que paira sobre a avenida.

Calçadas Intransitáveis e Ambulantes:

A desordem não se limita ao fluxo de veículos. Boa parte das calçadas da Avenida Presidente Getúlio estão intrafegáveis, tomadas por mercadorias de lojas e supermercados, que invadem o espaço público. A situação é agravada pela presença de ambulantes em locais inadequados, que dificultam ainda mais a locomoção de quem precisa transitar a pé. O resultado é que pedestres são forçados a dividir espaço com os veículos na rua, aumentando o risco de acidentes e a lentidão do tráfego.

Horários de Pico e Falta de Fiscalização:

O caos se intensifica nos horários de pico, quando o movimento de pessoas e veículos aumenta consideravelmente, e também durante a chegada e saída de grandes embarcações. Veículos mal estacionados, em locais proibidos, e a grande movimentação de veículos de grande porte contribuem para o nó no trânsito.

A falta de fiscalização e orientação por parte dos órgãos de trânsito é apontada como um dos principais fatores para a desorganização. Sem a presença constante de agentes, infrações como andar na contramão e estacionar em locais proibidos tornam-se rotina.

Pedestres na Rua: Risco e Mais Lentidão:

Com as calçadas obstruídas, os pedestres não têm alternativa a não ser caminhar no meio da rua, disputando espaço com carros, motos e bicicletas. Essa situação não apenas coloca em risco a segurança dos pedestres, como também prejudica a fluidez do trânsito, gerando ainda mais lentidão e congestionamentos.

A Avenida Presidente Getúlio Vargas, que deveria ser um símbolo de organização e desenvolvimento para Breves e o Marajó, clama por medidas urgentes. A reorganização do trânsito, a fiscalização efetiva e a liberação das calçadas são passos essenciais para devolver a segurança e a mobilidade a essa importante via da cidade. É preciso que os órgãos competentes ajam para que a “avenida sem lei” se transforme em um espaço seguro e agradável para todos.