A Riqueza e os Desafios da Pesca de Camarão no Marajó

A pesca do camarão na Ilha das Araras, uma das principais produtoras desse crustáceo na região do Marajó, desempenha um papel vital na economia local. Esse delicioso marisco é não apenas uma fonte essencial de renda, mas também uma parte fundamental da rica gastronomia marajoara, que atrai visitantes e amantes da culinária de todo o Brasil. Os pratos preparados com camarão, como tacacá, vatapá e maniçoba, são verdadeiras iguarias que encantam paladares e contam histórias. Desafios Enfrentados pelos Pescadores locais No entanto, essa tradição enfrenta desafios significativos que ameaçam a sustentabilidade da pesca na região. Em uma reportagem do quadro Eco Record, o jornalista Marlon Nascimento investiga a realidade dos pescadores locais, que, ao amanhecer, utilizam um instrumento tradicional conhecido como matapi para a captura do camarão. Esse utensílio é vital para pescar o crustáceo que habita as águas barrentas da região, atraído pela movimentação dos rios. Porém, a produção de camarão tem diminuído drasticamente. Maria Cristina, uma pescadora com mais de 32 anos de experiência, comenta a situação alarmante: “Antes eu pescava até 30 quilos, e agora não chego a 10”. Essa diminuição reflete uma série de problemas que afligem a região, como a falta de fiscalização ambiental, o descarte inadequado de lixo e o aumento da pressão sobre os recursos pesqueiros. O Impacto da Sustentabilidade na Pesca Representantes da Associação dos Pescadores da Ilha acendem um alerta, afirmando que a pesca, sendo a principal fonte de renda da comunidade, pode entrar em colapso se nada for feito. A preocupação é compreensível, pois a preservação do ambiente de pesca é fundamental para garantir a sobrevivência não apenas dos pescadores, mas também das futuras gerações que dependem dessa atividade. Cultura e Festividades em Meio à Adversidade Apesar dos desafios, os pescadores da Ilha das Araras e os quiosques nos municípios vizinhos, como Breves, continuam a celebrar suas tradições. O Festival do Pescador, por exemplo, é uma demonstração do espírito comunitário, reunindo moradores em torno de músicas e danças que enaltecem a cultura local. Esse evento mostra que, mesmo em tempos difíceis, a união e a festividade permanecem como formas de resistência. Culinária Marajoara: Um Patrimônio a Ser Preservado O camarão da região também desempenha um papel vital na gastronomia paraense. Restaurantes e quiosques na Feira Livre de Breves prosperam ao oferecer essas delícias, não só para os moradores, mas também para turistas que desejam experimentar os sabores da região. Ao degustar pratos como o filé de peixe ao molho de camarão ou o camarão à milanesa, é importante lembrar que esses sabores estão intrinsecamente ligados à saúde dos oceanos e dos ecossistemas locais. A Necessidade de Conscientização e Ação A reportagem de Marlon Nascimento destaca a importância da sustentabilidade na exploração dos recursos naturais e a necessidade urgente de promover práticas que garantam a preservação desse patrimônio cultural e econômico. Cada cliente que saboreia uma deliciosa refeição à base de camarão deve refletir sobre sua responsabilidade em proteger a natureza que sustenta essas tradições. Veja a Reportagem Completa: Assista à Reportagem Para entender mais sobre a pesca de camarão na Ilha das Araras e os desafios enfrentados por essa comunidade, convidamos você a assistir à reportagem completa de Marlon Nascimento, que explore não apenas os sabores, mas também as lições e as histórias por trás dessa rica cultura. Dessa forma, ao apreciar os pratos regionais, você também pode se tornar um defensor do que é local e sustentável. A perseverança dos pescadores do Marajó, a riqueza de sua cultura e a beleza de sua gastronomia são tesouros dignos de serem preservados. A luta por uma pesca sustentável é um chamado à ação para todos nós. Que possamos todos apreciar os sabores do Marajó, mas com consciência e respeito por sua rica biodiversidade.

Breves é colocada no Mapa do Turismo Brasileiro pelo governo do estado

O Pará ampliou sua presença no cenário turístico nacional com a inclusão de cinco municípios no Mapa do Turismo Brasileiro: Breves, Marituba, Ourém, Santarém e Xinguara. A iniciativa, liderada pela Secretaria de Estado de Turismo (Setur), fortalece o desenvolvimento do setor no estado, abrindo portas para investimentos e maior visibilidade. Breves, localizada no arquipélago do Marajó, ganha destaque especial com a inclusão. Conhecido por sua rica cultura, belezas naturais e proximidade com a fauna amazônica, o município tem grande potencial para o turismo de natureza e comunitário. A inclusão no Mapa permitirá que Breves recursos federais para investir em infraestrutura, eventos, promoção e capacitação, impulsionando ainda mais o desenvolvimento local. Conheça um pouco das Belezas nas naturais: A entrada dos cinco municípios no Mapa do Turismo é fruto de um trabalho conjunto entre órgãos municipais, regionais e estaduais, demonstrando o comprometimento do Pará com o fortalecimento do setor. Para se qualificarem, os municípios atenderam a critérios como a existência de um conselho municipal de turismo ativo, dotações orçamentárias específicas para o turismo e a inclusão de discussão de serviços no Cadastro Nacional de Serviços Turísticos (Cadastur). O Mapa do Turismo Brasileiro é uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento de políticas públicas no setor, identificando áreas prioritárias para investimentos e promovendo a regionalização do turismo. A inclusão de Breves, Marituba, Ourém, Santarém e Xinguara reforça a importância do Pará no cenário turístico nacional e abre novas perspectivas para o crescimento econômico e social dessas regiões. A Setur oferece suporte técnico aos municípios específicos em se cadastrarem no Mapa, incentivando a participação e o desenvolvimento do turismo em todo o estado.

Pará lidera área queimada no Brasil, com aumento alarmante em 2024

Um novo relatório do MapBiomas, divulgado em 15 de dezembro de 2024, revela um aumento alarmante nas áreas queimadas no Brasil, com o Pará liderando a devastação. De janeiro a novembro de 2024, cerca de 29,7 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo em todo o país, representando um aumento de 90% em comparação ao mesmo período de 2023 e a maior extensão em seis anos. Essa diferença de 14 milhões de hectares equivale à área do estado do Amapá. A situação foi particularmente grave no Pará, especialmente na região do Marajó, onde cidades como Breves foram tomadas por fumaça densa durante vários dias, impactando a saúde da população e o meio ambiente. Veja a matéria sobre Breves: O Pará concentra a maior parte da área queimada, com 6,97 milhões de hectares, o que corresponde a 23% do total nacional e alarmantes 41% do total da Amazônia. A Amazônia, como um todo, foi a região mais afetada, com 16,9 milhões de hectares queimados, 57% do total nacional. Dessa área na Amazônia, 7,6 milhões de hectares correspondem a florestas, incluindo florestas alagáveis, superando a área de pastagens queimadas na região, que totalizou 5,59 milhões de hectares. Além do impacto devastador no Pará e na Amazônia, outros biomas também sofreram significativamente. O Cerrado teve 9,6 milhões de hectares queimados, sendo 8,2 milhões de hectares (85%) de vegetação nativa. Esse número representa um aumento de 47% em relação à média dos últimos cinco anos. O Pantanal registrou 1,9 milhão de hectares queimados, um aumento de 68% em relação à média dos últimos cinco anos. A Mata Atlântica, o Pampa e a Caatinga também foram afetadas, com 1 milhão de hectares, 3,3 mil hectares e 297 mil hectares queimados, respectivamente. Veja Também: Dentro do Pará, os municípios de São Félix do Xingu se destacam com a maior área queimada, registrando 1,47 milhão de hectares. Em novembro de 2024, o estado concentrou 48% das queimadas do mês, com 870 mil hectares. Mato Grosso e Tocantins seguem o Pará na lista de estados com maior área queimada, com 6,8 milhões e 2,7 milhões de hectares, respectivamente. Juntos, esses três estados representam 56% da área queimada no período. A coordenadora do Monitor do Fogo do MapBiomas, Ane Alencar, alertou para a necessidade de controlar o uso do fogo, especialmente em anos com condições climáticas extremas, para evitar que pequenas queimadas se transformem em grandes incêndios. O relatório destaca a urgência de medidas para combater o desmatamento e o uso indiscriminado do fogo, visando a preservação do meio ambiente e a redução dos impactos negativos das queimadas, com foco especial na situação crítica do Pará.